Toda religião tem seus esquemas de datas, seus cronogramas. Com a Ortodoxia Kemética não seria diferente.
Como somos reconstrucionistas, utilizamos um calendário recompilado de acordo com todas as fontes históricas disponíveis. Assim, não privilegiamos os festivais de uma cidade em detrimento da outra, até porque não haveria lógica alguma nisso. Afinal, a era em que vivemos agora não tem mais o Egito dividido em nomos e cidades estado com divindades diferentes.
Nosso calendário anual segue o rumo das estações do Antigo Egito, regidas pelos movimentos do Nilo através do ano. Assim, temos 12 meses de 30 dias. Cada mês é regido por uma divindade e dentro dos 30 dias encontramos festivais dos mais diversos não só para a divindade do mês, mas para todas. Os festivais variam em duração, podendo ter entre 1 e 10 dias. Sim, é festa!
No mês, celebramos especialmente o 1º, 6º, 15º e 30º dias. Ou seja, o início, a metade e o fim do mês. Cada dia deste tem uma diferente atribuição e tarefas a serem realizadas. No 6º dia reverenciamos os ancestrais. Comemoramos a Lua cheia no dia em que inicia também.
Temos, durante o ano, grandes festivais. O Ano-novo é nossa maior celebração. Também temos Opet celebrando a realeza, Wag que celebra os ancestrais, Aset Luminosa, a Bonita Festa do Vale para Hethert, Heb Sed com a elevação do pilar Djed para Wesir... Meus preferidos? O ano novo,sem dúvida. Em segundo lugar, Aset Luminosa, é lindo!
Leva um tempo para se ajustar ao calendário KO, eu mesma penei no início para me adequar. O início do ano kemético não bate com o gregoriano, por exemplo. Aí chega na época do ano novo gregoriano, como faz?Faz outra festa, ora! Uma coisa não exclui a outra, a não ser que a pessoa não curta festas, claro.
A vida de um kemético é assim, repleta mesmo. O zepi tepi – início – é diário. Mas não é nada impossível de se administrar, mesmo com compromissos “mundanos” ou de outras fés.
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